domingo, 5 de fevereiro de 2012

Fisioterapia x Educação Física. Qual o limite de atuação de cada um?


Vamos à polêmica. Um dos temas que me parecem pouco claros, ou ao menos, compreendidos pela maior parte dos profissionais destas duas áreas, é a até onde vai a atuação de um profissional e onde começa a do outro. Não acho que as respostas às quais poderemos chegar ao fim deste texto serão totalmente aceitas, e nem esse é o objetivo final. Em primeiro lugar, acho que teremos algum esclarecimento. Em segundo lugar, poderemos iniciar uma saudável discussão que poderá ajudar a todos (a mim inclusive) entender melhor quais os papéis de cada um desses profissionais.


Devo dizer que tenho formação dupla, tanto em Fisio, como em Educação Física. Porém, profissionalmente sempre fui mais envolvido com a Fisioterapia. Antes de poder ser cogitada qualquer especulação de que poderia ser tendencioso nesse texto, devo dizer que acho o profissional de Educação Física fundamental em inúmeros aspectos da saúde das pessoas. Em especial, em relação ao desenvolvimento físico e moral de crianças e jovens em crescimento, que encontram na educação física não somente uma importante disciplina escolar para sua evolução como indivíduo e cidadão, mas também um dos principais espaços onde podem se manifestar com espontaneidade na escola, em oposição ao ambiente freqüentemente restritivo das salas de aula.

Ninguém discute o papel do educador físico na educação escolar. Esse realmente não é o espaço do fisioterapeuta. Porém, quando falamos de temas como reabilitação, prevenção de lesões e correção de padrões motores as discordâncias entre quais são os papéis podem começar a surgir. E não paramos aí. Quem pode (ou deve) ser o profissional que realiza a reeducação postural, ou orienta exercícios de fortalecimento e alongamento para pessoas com dores nas costas ou que queiram prevenir essas dores? Quem acompanha mulheres grávidas orientando um programa de exercícios que visa tornar mais confortável o período de gravidez, e mais facilitado o parto? Numa reabilitação após cirurgia de joelho, qual o momento em que o fisioterapeuta passa o papel de supervisionar determinado paciente para o educador físico (se é que faz, pode ou deve fazer isso)? E assim por diante.


I - Definições

Pois bem, fui buscar a definição das profissões. No site do Conselho Regional de Fisioterapia (www.crefito.com.br), na barra localizada ao lado esquerdo da tela, ítem Fisioterapia, sub-ítem definição, encontramos um arquivo pdf onde há uma definição escrita da fisioterapia, seus objetivos, atribuições do fisioterapeuta, e etc. Não pretendo transcrever o texto por inteiro, mas acredito que alguns pontos fundamentais devem ser mencionados:
Objeto de estudos: movimento humano, normal ou patológico, e suas repercussões psíquicas e orgânicas.
Objetivo: preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgãos, sistema ou função, visando a melhoria da qualidade de vida.
Recursos: recursos termoterápicos, eletroterápicos, cinésio-mecanoterápicos e outros.
Papel do fisioterapeuta: constrói diagnósticos de distúrbios cinético-funcionais e prescreve e aplica a conduta fisioterapêutica.

Para encontrar a resposta à pergunta “O que é educação física” fui diretamente no google e fiz essa pergunta. O 5º link apresentado na primeira página me levou a um texto do Professor Valdir Barbanti da Escola de Educação Física (e Esporte) da USP, onde encontrei algumas das respostas que procurava e que poderão nos ajudar no embasamento de nossa discussão.

Logo no início da leitura, encontrei o ponto que talvez seja fundamental na diferenciação da Educação Física em relação à Fisioterapia e a outras profissões que podem ter como objeto de estudo o movimento humano. Esse ponto é o conceito de que a Educação Física se interessa pelo movimento humano e sua relação com o desenvolvimento mental, social e emocional dos indivíduos.

Um pouco mais à frente, o autor apresenta uma definição atual de Educação Física, que seria “...um processo educacional que usa o movimento como um meio de ajudar as pessoas a adquirir habilidades, condicionamento, conhecimento e atitudes que contribuem para seu ótimo desenvolvimento e bem estar”.

Acredito que já temos alguns conceitos para desenvolver nossa discussão.

Pois bem, enquanto a Fisioterapia se preocupa com o movimento normal e patológico, e suas repercussões, a Educação Física se preocupa com o movimento e sua relação com o desenvolvimento dos indivíduos. 

A Fisioterapia busca melhorar a qualidade de vida, com o uso de recursos próprios dela (termoterápicos, cinésio-mecanoterápicos, e outros -  ver acima), ao preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de sistema, órgão ou função, enquanto a Educação Física é um processo educacional, que usa o movimento para dar as pessoas competências para se desenvolverem e se sentirem bem. Ou seja, ambos visam a qualidade de vida, mas enquanto a Fisioterapia se foca primariamente em alcançar ou preservar a integridade (de órgão, função, etc), a Educação Física é um processo educacional preocupado com o desenvolvimento de competências.


Enquanto um busca restaurar ou manter a integridade de órgãos ou funções, o outro se preocupa com o desenvolvimento de competências (físicas e outras). Dito de outra maneira, e enfocando somente a questão física e motora: enquanto um (fisio) busca restaurar ou manter a capacidade do corpo, o outro (educação física) procura desenvolvê-la. Essa é a leitura que eu faço (e que está sujeita a erros).


II - Na prática, como funcionam?

Acho que no exercício de ambas a profissões é que poderemos ver com maior clareza como cada profissão é exercida, e assim elucidar um pouco sobre os limites de atuação de cada uma.

Imaginemos uma pessoa que venha sofrendo de fortes dores nas costas. É bem provável que ela vá procurar um fisioterapeuta ao invés de um professor de educação física. Porém, caso ela procure um professor, freqüentemente ele estará preparado para lhe dar orientações sobre o que fazer para diminuir ou aliviar a dor, e dependendo da circunstância, orientar atividades que não exacerbam a dor. O fisioterapeuta, no entanto, será o profissional com maior número de recursos para lidar e tratar o problema das dores nas costas.

Numa situação inversa, um jovem adulto quer melhorar seu condicionamento físico. Embora o fisioterapeuta possa lhe orientar sobre o que deve ser feito, em geral é o professor de educação física que sabe como orientar uma maior variedade de objetivos (hipertrofia, força máxima, por exemplo) de maneira mais adequada. Nessa situação, o professor é quem tem mais recursos para lidar com a necessidade de melhoria do condicionamento. Meu raciocínio aqui é: o fisioterapeuta se preocupa com a integridade do corpo, enquanto o educador físico com o desenvolvimento.

Porém, em ambas as situações expostas acima, ambos os profissionais podem saber lidar, dentro de seus limites, com o que lhes foi apresentado. O educador físico pode saber quais exercícios são mais adequados para a pessoa com dores nas costas, ou muitas vezes pode ser capaz de realizar uma avaliação postural adequada e aplicar exercícios corretivos. E, no segundo caso, o fisioterapeuta pode também saber elaborar um programa de exercícios que ajude o jovem a alcançar o condicionamento físico que deseja, especialmente caso ele esteja debilitado ou querendo se prevenir contra alguma lesão. Na minha modesta opinião os limites nem sempre estão claros e o conhecimento de cada profissional é que vai delimitar a atuação. Obviamente, cada profissional deve sempre ser capaz de saber e de informar o que ele pode ou não realizar profissionalmente.


III - Enfoque

No texto do Prof. Valdir é possível encontrarmos algumas definições de Educação Física, talvez um pouco mais antigas, que mencionam a relação da profissão com “...grandes músculos...”, ou “...esforços musculares grandes...”. Embora talvez o significado originalmente dado a essas definições não seja exatamente o que eu compreendi, vejo que pode, ao menos superficialmente, haver um ponto de distinção entre as duas profissões, Fisioterapia e Educação Física, em relação a como ambas enxergam ou trabalham o corpo.

Pois bem, no curso da Fisioterapia, logo ao seu início temos aulas de uma matéria chamada Cinesiologia, onde estudamos os movimentos articulares, revemos as bases de anatomia (matéria que tivemos anteriormente), e aprendemos o início da palpação de estruturas e pontos anatômicos que usamos como referência na hora de avaliarmos um paciente. Já na Educação Física não olhamos com esse detalhe, mas aprendemos na Biomecânica sobre os exercícios e quais músculos são trabalhados, além de sua importância para a saúde. Em alguns casos, ambas as matérias apresentam sobreposição de temas (como a importância dos músculos abdominais), mas em geral a Fisioterapia se preocupa com uma visão mais pormenorizada, enquanto a Educação Física com uma visão mais global. E não estou dizendo que ter uma visão é melhor que a outra, acho que cada área se foca naquilo que é mais importante para atuação de seus profissionais.

Mais à frente nos cursos, enquanto na Fisioterapia aprendemos a avaliar os músculos de forma específica, músculo a músculo, na Educação Física aprende-se sobre a avaliação de sistemas produtores de energia, como glicolítico anaeróbio, glicolítico aeróbio e aeróbio, ou sobre testes de força máxima ou condicionamento geral (número de abdominais em 1 minuto, ou de flexões de braço). Esses testes todos envolvem grandes grupos musculares, ou grupos musculares agindo em conjunto. Enquanto o Fisioterapeuta avalia os músculos individualmente, o Educador os avalia em conjunto. Enquanto o Educador Físico busca aprimorar a performance (e não estou falando de performance esportiva ou alto rendimento necessariamente, mas sim a característica sendo avaliada é a aptidão), o Fisioterapeuta está buscando a performance adequada.

A mim, parece que a Fisioterapia se foca na estrutura do indivíduo para levar à integridade da função do corpo, enquanto a Educação Física se foca no condicionamento geral para uma melhora da função. Ainda assim, ambas as profissões se preocupam com o indivíduo como um todo. Na Educação Física, além de aspectos motores relacionados aos indivíduos, existem testes psico-sociais, muitas vezes aplicados às crianças em desenvolvimento. Isso é totalmente justificado, pois como mencionado, a Educação Física se foca na relação entre movimento e desenvolvimento, incluindo o desenvolvimento mental dos indivíduos. Na Fisioterapia, temos uma série de disciplinas de psicologia, incluindo psicologia do desenvolvimento, pois embora o foco talvez seja a melhoria da função, o indivíduo deve ser sempre considerado por completo.


IV - Cursos de Aprimoramento Profissional

Continuando, outra observação é em relação às próprias pós-graduações ou cursos de técnicas específicas aos quais os profissionais podem se dedicar após formados (algumas vezes mesmo antes de formados). No lado da Educação Física temos treinamento funcional, musculação e condicionamento físico, Gyrotonic, Pilates. No lado da Fisioterapia temos técnicas de reposicionamento articular, RPG, Pilates, e quando há treinamento de força, em geral a ênfase é em idosos. Há alguma sobreposição? Sim, Pilates por exemplo, ou treinamento de força, embora a ênfase seja dirigida. No entanto, as opções se dirigem em diferentes direções. Enquanto a Fisioterapia, pelo RPG ou pelas técnicas articulares tende a ir mais em direção a processos ou situações específicas, a Educação Física se dirige mais para a área da saúde global.


V - Exemplos práticos

1-) Reabilitação pós cirurgia de joelho. Inicialmente, nos primeiros meses, pouca discussão, imagino eu, de que seja o fisioterapeuta o profissional responsável pelo paciente. Ele conhece o processo de recuperação e as técnicas que devem ser aplicadas em cada momento. Após essa fase, pode se iniciar uma fase de condicionamento físico mais intenso, onde já existe maior proteção do joelho. E então, qual o profissional adequado? Minha resposta, aquele que souber o que está fazendo. Geralmente, acho que enquanto não houver alta médica, o fisioterapeuta é o principal profissional a orientar o paciente. Após a alta médica, quando se considera que a recuperação foi bem sucedida, creio que o ideal seja o professor.

2-) Reeducação postural ou tratamento de dores nas costas. Se falarmos em dores nas costas, o fisioterapeuta é o principal profissional a ser procurado. Ele dispõe das avaliações e recursos específicos para a correção daquilo que esteja causando a dor. O educador pode conhecer muitos recursos também, e pode tratar dores e fazer reeducação postural na minha opinião, mas o fisioterapeuta tem acesso a um maior número de recursos nesse sentido. Acredito, porém, que numa situação o professor se sobressaia em relação ao fisioterapeuta. Na escola de coluna ou nos grupos de exercícios para dores nas costas. Creio que o Educador é mais treinado em lidar com grupos, enquanto o fisioterapeuta em geral está acostumado com atendimento individualizado.

3-) Acompanhamento de gestantes. Ambos. Acho que é necessário ter o conhecimento de todo o processo gestativo, e isso não é uma coisa que nenhuma das profissões enfatiza na formação universitária, sendo algo que os profissionais devem ir buscar após sua formação. Conhecer os músculos que tendem a causar dores, trabalhar os músculos de sustentação da maneira adequada, orientar em relação às posições de dormir e sentar são todas as atividades que ambos os profissionais podem realizar.

4-) Condicionamento Físico. Ambos, dependendo do ponto de vista. Se você fala em aprimoramento das aptidões (força, resistência, potência, etc), creio que o Educador Físico seja o mais apropriado. Sua formação de base é voltada nesse sentido. Se você fala em ter um condicionamento básico ou bem estar para suas atividades do dia-a-dia, acho que ambos. Um ponto para o fisioterapeuta é que ele dispõe de recursos como massagens e alongamentos específicos que nem sempre são de conhecimento dos educadores (embora nada impeça que possam saber também).

5-) Correção de movimentos. Ambos, de diferentes formas. Os educadores físicos podem corrigir padrões de movimento em jovens, ao analisar características de como realizam esses movimentos e compará-las com os padrões de cada faixa etária. Em adultos, podem corrigir os gestos de seus alunos quando acharem que há a necessidade, viando diminuir a sobrecarga de uma articulação, por exemplo. Os fisioterapeutas corrigem padrões também, em geral buscando pelos padrões de alinhamento ou desalinhamento articular, ou posicionamento inadequado durante sua realização. Existe ainda a análise biomecânica do movimento, onde através de métodos com câmeras e outros recursos, consegue-se quantificar a qualidade e quantidade de movimento num determinado gesto, e pode se analisá-la de forma mais específica. Em relação à análise de movimento, acho que ambos, dependendo da situação e do preparo de cada profissional.

6-) Esporte. Fisioterapeuta trabalha na fisioterapia esportiva, podendo também atuar na correção do gesto esportivo de um atleta, visando a prevenção de lesões e aprimoramento da performance. Educador Físico pode trabalhar como preparador físico, como treinador, preparador de jovens atletas, e diversas outras funções.


E vocês, leitores, o que pensam sobre os limites de atuação deses profissionais?


Referências Bibliográficas

BARBANTI, V O que é educação física –

17 comentários:

  1. Ótimo texto! Elucidou totalmente minhas dúvidas em relação aos limites de atuação dos profissionais dessas áreas tão importantes, nos dias atuais, como na promoção, prevenção e reabilitação da saúde. Os profissionais de EF e Fisio devem atuar em conjunto, sempre visando o bem-estar do seu aluno/cliente.

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  2. Acho que são cursos que se assemelham em alguns pontos e se diferem em muitos pontos, acho que são lentes diferentes com ferramentas diferentes. Ambos trabalham com o movimento humano, mais de maneira diferente, começando pela grade curricular o fisioterapeuta tem sua grade curricular voltada tratamento, prevenção e reabilitação pode trabalhar nos três níveis de saúde, primário, secundário e terceario, o fisioterapeuta pode trabalhar com saúde de gestantes pois na grade do curso existe as diciplinas clinica gineco-obstetrica e mais estagio supervionado sendo disciplina de requisito para a formação profissional. Eu acho a ed.fisica uma aréa muito importante é na minha opinião os profissionais de fisioterapia não estão aptos a executar o trabalho do ed. fisico pq foge do conhecimento desse profissional, avaliação de condicionamento fisico, avaliação cinesiotropometricas são privativas do ed.fisico, ele eo profissional habilitado para isso, ele conhece os aparelhos de musculação, os exercicios etc..acho que são duas profissionais que se complementam se for colocar em jogo a questão da equipe multidisciplinar, e de forma alguma vou saber medicar, restaurar capacidade, e dar condicionamento ao paciente sozinho. Precisamos um do outro para uma melhor recuperação do paciente, de forma alguma eu saberei tratar sozinho. Oque eu não concordo é um profissional invadir a aréa do outro, se eu não tenho conhecimento e não estudei ed.fisica pq eu vou ficar dando conselhos de como fazer exercicios físicos, e se eu não sou fisioterapeuta e não estudei fisioterapia pq eu vou ficar dando concelhos sobre a melhor forma de reabilitação para uma patologia x. por exemplo os fisioterapeutas estudam farmacologia, mais não estão aptos a receitar medicamentos. e os ed. fisicos veem disciplinas voltadas a psicologia, nutrição entre outras...mais não estão habilitados a trabalhar com testes psicologicos e elaborar dietas. esse e meu ponto de vista..vlw

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    1. Oi Anônimo,

      os fisioterapeutas são capazes e têm formação para orientar exercícios sim, é um dos recursos mais importantes no que diz respeito ao trabalho realizado com muitos pacientes. A minha opinião é a de que, caso estejamos falando da questão de melhoria da performance (aptidões) em um indivíduo sem lesões, o educador físico é o mais recomendado, via de regra. Caso esse indivíduo tenha alguma lesão ou alteração cinético-funcional, o fisioterapeuta é o mais recomendado. Isso tudo se aplicando a outras situações.

      Atenciosamente,

      Claudio

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  3. Bom Dia, veja bem...Antes de fazer o curso de Educaçao Fisica, no qual me formei em 2010, fiz o curso tecnico de massoterapia no senac, e apos concluir a educaçao fisica fiz curso de acupuntura. Atualmente tenho condiçoes de reabilitar meu cliente dentro de minhas limitaçoes. É lógico que essas limitações muitas vezes tem um duplo sentido. Mesmo não aprendendo técinicas da fisioterapia na faculdade, tive técnicas da medicina chinesa ao longo de meu curriculo que considero de extrema valia na recuperaçao de muitas lesões musculo esqueléticas. No entanto tambem acho que cada profissional deve desempenhar o seu papel na recuperação do indivíduo, o que acho sinceramente e que o fisioterapeuta se acha superior ao educador fisico, isso acaba afastando os profissionais que deveriam estar cada vez mais unidos. O fisioterapeuta faz questao de ser chamado de Doutor...gostaria de saber porque? se fosse o caso somente de graduação...o educador fisico tambem deveria ser tratado da mesma titulação, no entanto quando isso acontece, surge sorrisos disfarçados na face dos fisioterapeutas.

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    1. Oi Devanir, boa noite.

      Ante de tudo, o uso de Dr. é um direito e uma recomendação fundamentados em lei, sendo assim fisioterapeuta pode usar o título de Dr. sim! Agora em relação a essa história de fisioterapeuta fazer questão de ser chamado de Dr. me diga quantos fisioterapeutas você viu exigindo isso? Eu nunca vi. A gente precisa ter um respeito sincero pelas outras profissões para não ficar fazendo intriga sobre as atitudes dos profissionais alheios. Eu pessoalmente acho que em ambientes onde o contato com outros profissionais da saúde estão presentes, como hospitais, onde existem médicos e outros profissionais que usam o título de Dr., o fisioterapeuta podendo usar esse título o coloca como igual, e isso é importante.

      Em relação ao Educador Físico, o título utilizado, até onde sei, costuma ser professor (Prof.). E nunca vi nenhum professor de Educação Física se queixando disso.

      Nunca vi um fisioterapeuta sorrindo disfarçadamente pelas razões mencionadas.

      Em relação ao fisioterapeuta se achar superior, me diga quantos e como você concluiu que ele se acha superior? No entanto o curso e a formação do fisioterapeuta são muito mais dirigidos para esse tipo de condição do que a formação do educador físico. As razões eu mencionei no texto (embora possam haver outras).

      Atenciosamente,

      Claudio

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    2. Qual lei fundamenta isso de doutor, a mesma lei imperial dos advogados de 1827? Deixamos de ser colônia em 1889. A questão é que muitos de nós, indivíduos que usam o Sistema Único de Saúde não temos o costume de chamar o profissional pelo nome relacionado a profissão ao invés de ficar inventando outros títulos e pronomes de tratamento. Mas tem muito fisioterapeuta se achando superior. Buscar no nome a raiz da atuação seria o melhor começo, ou seja, a partir do momento que se tem uma ação de orientação e direcionamento sobre exercício o correto seria a atuação do educador físico e deixar a passividade das execuções para os fisioterapeutas, pois este é o único ponto onde estes profissionais 'diferem', pois ainda no ensino da natação existem vários momentos onde o educador físico trabalha com a passividade do indivíduo na percepção da execução de determinados movimentos inerentes aos estilos de nado. Assim como creio que existem momentos onde ações ativas se fazem necessárias com a presença de um fisioterapeuta para avaliar sua execução (ou ainda forma de execução) para certificar-se que aquele indivíduo está apto

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    3. http://www.crefito8.org.br/site/legislacao/crefito8/resolucao_crefito8_23_00.htm

      Esse texto pode te ajudar.

      Nunca vi fisioterapeuta se achar superior. Cabe verificar se isso não é a externalização de um complexo de inferioridade pessoal que você apresenta. Aqueles que estão verdadeiramente satisfeitos com sua atuação profissional dificilmente ficam se comparando com profissionais de outras áreas, no intuito de querer se sair superior. É necessário pesquisa e conhecimento antes de falarmos sobre a atuação profissional alheia.

      Atenciosamente,

      Claudio

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  4. Ola, Davanir
    Pra mim problema éo que existe ed. fisicos que querem dar um de fisioterapeuta por ai...sejamos sinceros a formação se assemelha em apenas alguns pontos, e como se vc entrasse em um caminho e depois esse caminho se separa-se e cada um vai pra uma direção diferente, na verdade a maioria dos cursos da área da saúde são assim, nos primeiros períodos todo mundo ver anatomia, fisiologia , bioquímica etc....não entendo pq existe ed. físicos que insistem em achar que podem realizar as mesmas competências dos fisioterapeutas, queria ver um ed. físico tentando reabilitar uma pessoa com lesão neurológica,utilizando os recursos fisioterapêuticos, queria ver um ed. físico na UTI realizando técnicas de facilitação da remoção de secreções pulmonares, técnicas de reexpansão pulmonar,técnicas de treinamento muscular, aplicação de métodos de ventilação não invasiva, exercícios respiratórios e músculo-esqueléticos. só pq acham que entendem de músculo acham que já podem fazer um diagnostico cinesiológico? se queriam dar uma de fisioterapeuta e sair dando palpite por ai, pq fazem ed. física? não entendo certas coisas...acho o trabalho do ed.fisico muito importante...mais cada um no seu quadrado...acho que essas brigas bobas não vão levar a lugar nenhum..um profissional precisa do outro...mais cada um fazendo o que é de sua competencia, não acha??

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    1. Exercícios respiratórios são de nossa competência sim, porque se não se tem uma educação respiratória eficiente não conseguirá exercitar-se bem. Quanto aos recursos óbvio que um educador físico só vai usar os recursos que lhe compete, afinal não vou se fornece a um fonoaudiólogo um apito de futsal pra ele testar a reação ao som de um individuo, mas sim um audiômetro que é um aparelho que ele conhece. "Técnica de treinamento muscular?!" até parece que tem algum que saiba mais do que o outro, falou besteira por isso publicou como anônimo.

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    2. Eu sei disso, faço academia e os ed.fisicos sabem trabalhar a respiração com seus alunos, e na verdade isso é uma das coisas que eles mais focam a respiração correta... mais oque eu estou querendo lhe dizer é que o fisioterapeuta trabalha com fisioterapia respiratoria, não apenas com educação respiratoria,é uma aréa de atuação, uma especialização onde esse profissional atua nos diversos níveis do atendimento aos pacientes com disfunções respiratórias tais como UTIs, enfermarias, ambulatórios, Unidades Básicas de Saúde etc...o fisioterapeuta trata as pneumopatias, e dentre suas varias abordagens ele é responsavel pela manutenção e melhora da ventilação alveolar, prevenção de crises respiratórias, educação ao paciente, suporte ventilatório nos períodos de crise e insuficiência respiratória e melhora da capacidade física. esse profissional trabalha de maneira essencial no manuseio dos ventiladores mecânicos...não existe mais UTI sem fisioterapeutas...estou querendo lhe mostrar que os fisioterapeutas trabalham com reabilitação, tratamento, diagnostico...não estou querendo dizer que tenho mais conhecimento que vc não... estou querendo lhe dizer que os ed.fisicos não tem conhecimento; teoria, pratica para trabalhar com os rercusos que o fisioterapeutas trabalham, não estudamos apenas cinesiologia, na verdade isso éo basico que vemos nos primeiros periodos, logo depois vem diciplinas mais aprofundadas como cinesioterapia,fisio.neurologica,fisio.Traumato-Ortopédica,Ginecologia e Obstetrícia..etc... o fisioterapeuta trabalha com tecnicas, é quando falo de tecnicas de treinamento muscular, são tecnicas voltadas para aréa da fisioterapia, tec. que aprendemos no decorrer da nossa formação, que não são de competencia dos ed.fisico, se ainda está com duvidas aconcelho a vc pesquisar mais sobre nossa aréa, pois já vi qual seu problema e falta de informação...

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  5. Adorei a proposta de definição das duas profissões, mas em um certo ponto vi um erro, q foi comentado q o Profissional de Educação Física, ñ estuda a cinesiologia e seu pontos para avaliar um cliente, pois esta disciplina já está inserida na grade de cursos de graduação em Educação Física - Bacharelado . Asim como outras ciências ( Fisiopatologia e afins..)

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    1. Oi Carlos Eduardo, obrigado por participar.

      O ponto que quis destacar foi o enfoque. A fisioterapia olha com mais atenção para a estrutura enquanto a educação física vê o exercício. Cada qual tem o enfoque mais adaptado para aquilo que se espera da atuação de seus profissionais. O nome que se dá as disciplinas é secundário.

      Espero ter esclarecido.

      Claudio

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    2. Claro que o nome não é secundário porque cinesiologia é a ciência e biomecânica é a área de estudo da mesma cinesiologia. Quanto ao enfoque comparou errado porque na verdade a fisioterapia se preocupa com o posicionamento da estrutura e o educador físico que se preocupa em como está a estrutura e se ela suporta o exercício, senão um velocista de atletismo nos 100m teria como treinador e preparador pra ele ganhar musculatura e bom ossos (estrutura) um fisioterapeuta e o Educador físico iria apenas realizar os exercícios de força explosiva e velocidade de reação.

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    3. Certamente que, em termos de área de conhecimento, a biomecânica é uma área da cinesiologia, mas em termos de disciplina acadêmica são duas disciplinas com conteúdos e enfoques diferentes conforme mencionado no texto.

      O fisioterapeuta se preocupa muito mais do que somente com o posicionamento da estrutura. O enfoque dado por cada profissional é diferente, e foi isso que quis elucidar e não exaurir tudo o que cada um enfoca ou faz. Isso pode não ter ficado claro, mas o potencial de cada profissão é vasto.

      Ficar com picuinhas, do tipo minha profissão é melhor ou pode mais que a sua não adianta em nada e é resultado de conflitos pessoais mal-resolvidos. Cabe a cada profissional realizar seu melhor e estar satisfeito com sua atuação.

      Atenciosamente,

      Claudio

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  6. Olá pessoal, sou fisioterapeuta e estou fazendo a graduação em Educação Física por ser apaixonado por esportes. Pelo meu entendimento e pela pequena experiência que adquiri trabalhando em academias, por estar cercado de Profissionais de Educação Física e por inclusive ter entrado na graduação desse curso percebo que o Ed. Físico é um profissional de saúde que lida diariamente com alunos com patologias e lesões. Da mesma forma entendo que o Fisioterapeuta pode atuar em prevenção primaria com pessoas que não possuem nenhum tipo de lesões como você bem disse no texto. No meu entendimento, nessa área as duas profissões estão entrelaçadas e não há como traçar um limite rígido, esse limite vai da capacitação profissional de cada um, por isso sou apaixonado nas duas.

    Segue uma definição de Ed. Física do CONFEF.
    “A Educação Física é uma das áreas do conhecimento humano ligada ao estudo e atividades de aperfeiçoamento, manutenção ou *reabilitação* da saúde do corpo e mente do ser humano, além de ser fundamental no desenvolvimento do ser como um todo.” (CONFEF)

    Tenho que parabenizar o autor do texto pela abordagem clara e objetiva e pelo levantamento da discussão que é fundamental para as duas profissões, porem fico decepcionado com alguns colegas que levantam posicionamentos infelizes que visam desmerecer e afastar as duas profissões.
    No caso do colega que citou a fisioterapia respiratória, acho que foi bem infeliz, nunca ouvi falar de um Ed. Físico que quis trabalhar na UTI de um hospital e nem seria aceito e também nunca ouvi falar de um fisioterapeuta que pleitou a vaga de um ed. Físico em uma escola primaria. São pontos onde as duas profissões se distanciam e cada um tem sua competência. Agora quado o assunto são pessoas com disfunções músculo esquelética elas estão bem próxima chegando a um ponto onde os dois profissionais podem atuar.

    Atenciosamente

    Estevão Diniz

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  7. Ola, estevão Diniz. Na verdade há sim um limite rígido entre as duas profissões, fisioterapeutas trabalham com cinesioterapia,e ed fisico trabalha com atividades físicas, nas suas diversas manifestações - ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação etc.. como vc faz parte das duas profissões deveria saber disso. Acho que os profissionais de ed.fisica não são capacitados a trabalharem diretamente com patologias músculo-esqueléticas, conheço ed. fisicos que falam isso, pq o curso ainda não proporciona isso. Vc acha que uma pessoa acometida de AVE que apresenta deficit de macha pode ser tratado por um ed.fisico? acha que o profissional de ed.fisica e preparado para tratar uma fratura de fêmur? agora como o próprio autor do texto citou, se depois da alta médica o paciente estiver apto e a recuperação foi bem sucedida o profissional adequado é o professor de ed.fisica. E sobre a fisio.respiratoria estava apenas esclarecendo que a forma como fisioterapeutas trabalham na área respiratória e diferente da forma que ed. fisico trabalha com a mesma. Acho que o seu problema e falta de informação também e vc mais do que ninguém deveria saber o limite entre as duas aréas pois trabalha em ambas, concelho a vc ler oque o crefito eo cref dispõe sobre a fisio e a edu . e se existe um profissional trabalhando em uma área que não é de sua competência está fazendo isso ilicitamente e se caracteriza em crime previsto em LEi.

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  8. O problema tabem e pq tem muita gente que faz curso de massagens no Senac que acham que são fisioterapeutas...isso desvaloriza nossa profissão, e fazem com que as pessoas tenham o esteriotipo de profissionais massagistas...

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Pessoal, não estamos mais respondendo a comentários. Nossa atenção toda está voltada ao nosso site profissional, o Optima Fisioterapia (www.optimafisioterapia.com.br). Agradecemos à compreensão de todos!

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